Setembro Azul: um olhar sobre a história, a cultura e a inclusão da comunidade surda
Instituído oficialmente em 2009, o Setembro Azul teve como objetivo estimular debates e ações voltadas à garantia do direito à comunicação, à educação e à participação plena das pessoas surdas. Foi um período dedicado à escuta, à empatia e à ampliação dos olhares sobre a acessibilidade.
A cor azul, símbolo do movimento, carrega uma história de sofrimento. Durante a Segunda Guerra Mundial, pessoas surdas, judeus e com deficiência foram perseguidas e mortas. Naquele período, o azul era a cor usada em fitas presas às roupas dos surdos para identificá-los. Com o passar dos anos, a comunidade surda ressignificou esse símbolo, transformando o azul em uma cor de orgulho, resistência e identidade.
No campo educacional, o movimento serviu como lembrete das lutas históricas da comunidade surda. Durante muito tempo, prevaleceu o oralismo, método que impunha o uso exclusivo da fala e negava a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como forma legítima de comunicação. Essa prática dificultou o aprendizado e a construção da identidade surda.
Com o reconhecimento da Libras como língua oficial em 2002 e a regulamentação de seu uso em 2005, novas possibilidades se abriram. Ainda assim, o Setembro Azul de 2025 evidenciou que a inclusão plena ainda enfrenta desafios, como a falta de intérpretes, a carência de formação docente adequada e a escassez de recursos de acessibilidade.
Entre as ferramentas que promovem a acessibilidade, o Legenda.Live se destaca por permitir a exibição de legendas simultâneas em transmissões e em eventos presenciais ou virtuais. Essa tecnologia tem papel essencial na construção de espaços comunicacionais mais inclusivos, possibilitando que pessoas surdas e também aquelas que, por diferentes motivos, precisam de apoio visual, acompanhem e compreendam o conteúdo apresentado.
As legendas aproximam diferentes formas de comunicação, permitindo que estudantes surdos e ouvintes compartilhem o mesmo conteúdo, ampliem o acesso à informação e vivenciem uma aprendizagem mais colaborativa. Essa ferramenta demonstra que a acessibilidade não é apenas uma obrigação normativa, mas um compromisso ético e humano com o direito de todos à informação, à cultura e à educação.
Encerrar o Setembro Azul com essa reflexão é, acima de tudo, um convite para que o diálogo e as ações em prol da inclusão continuem ao longo de todo o ano. A inclusão não se constrói apenas em datas simbólicas, mas no dia a dia nas práticas pedagógicas, nas relações sociais e no reconhecimento das múltiplas formas de se comunicar e aprender. Que sigamos fortalecendo espaços realmente acessíveis, onde todas as vozes, faladas, sinalizadas ou legendadas, possam ser ouvidas, compreendidas e valorizadas.





